quarta-feira, 4 de março de 2009

Maria Alcina, cantora de Minas



Ela é minha conterrânea e com ela, na nossa juventude (ontem mesmo), eu disputava prêmios em programas do tipo "QUAL É A MÚSICA?" realizados em nossa cidade.
Participou, na região, de alguns festivais de música e logo se mandou pro Rio de Janeiro em busca de uma carreira artística.
Depois do retumbante sucesso com "Fio Maravilha" ainda tive a oportunidade de fazer alguns shows com ela, nas raras vezes em que se apresentou em nossa cidade.

Mas hoje quero apenas - e podem dizer que é "bairrismo" - transcrever aqui a notícia de lançamento de seu novo CD (fazia já algum tempo que ela não gravava), conforme divulgado no jornal O GLOBO de hoje:

"RIO - Em "Maria Alcina confete e serpentina" (Outros Discos), seu novo CD, a cantora resgata uma canção do repertório de Carmen Miranda para declarar: "Eu gosto muito de cachorro vagabundo/ Que anda sozinho no mundo sem coleira e sem patrão". De certa forma, pelos versos de Alberto Ribeiro, ela fala de si. Artista vira-lata no melhor sentido da expressão - desde o início da carreira, quando sua androgenia espalhafatosa estourou "Fio Maravilha" no Brasil inteiro -, agora ela se lança em outras liberdades de cão sem coleira. No álbum que acaba de lançar, ela se aproxima de uma nova geração de músicos. Um feliz casamento que vem se anunciando há seis anos.
- Em 2003, fui convidada para um festival que unia artistas jovens e veteranos. O (quarteto eletrônico) Bojo me chamou para dividir o palco com eles. Não conhecia seu trabalho, mas aceitei. Fiz certo. O show foi tão bom que quisemos continuar juntos – lembra a cantora.
No mesmo ano, juntos, eles lançaram "Agora", que preparava terreno para o atual trabalho. Desta vez, o Bojo é apenas um dos convidados - apesar de Mauricio Bussab, do grupo, ser o produtor do CD. Há outros nomes destacados da cena paulistana entre compositores e convidados, como Tatá Aeroplano (Cérebro Eletrônico e Jumbo Elektro), Alzira E, Felipe Julian (Axial), Moisés Santana, Roseli Martins e a banda Numismata. O alagoano Wado e o baiano Ronei Jorge completam o time.
Ao lado das canções recentes, a cantora e Bussab ("Ele foi fundamental, me apresentou esse universo", ressalta ela) escolheram músicas de artistas de gerações anteriores. Mas sem cair no óbvio. Alberto Ribeiro entra com "Cachorro vira-lata", que não está entre seus maiores sucessos. O mesmo acontece com Paulinho da Viola, lembrado com "Roendo as unhas". Tom Zé e Lô Borges colaboram com a recente e obscura parceria "Açúcar sugar". De hit, apenas "Eu quero é botar meu bloco na rua", mesmo assim de um "maldito", Sérgio Sampaio. Uma seleção vira-lata, enfim.
Nos arranjos, o disco reforça seu caráter contemporâneo e "impuro". A marchinha futurista "Espaço sideral" une efeitos "espaciais" e a Banda do Fumaça - grupo de trompete, trombone, caixa e bumba, desses que são vistos tocando na rua e em bailes carnavalescos. "Roendo as unhas" é construída com sons de brinquedos. "Das tripas coração" emula um trio elétrico vintage e moderno. O funk carioca é citado nos versos da tensa "Não para" ("Até o chão/ Elas estão descontroladas"). Timbres eletrônicos atravessam o CD, que soa como um projeto dos anos 2000:
As canções não são só as canções, isoladas. São elas e seu tempo, seu contexto. Um intérprete não pode ignorar isso.
"Essa garotada me fezvoltar às cores"
Maria Alcina, porém, não se anulou para seguir uma suposta cartilha de modernidade. Pelo contrário, como mostra em "O drama", de Ronei Jorge:
- Cheguei ao estúdio cantando roqueira, como no original. Depois percebi que seria diferente. Tenho a maturidade dos meus 37 anos de carreira, que somo a esse universo novo.

A canção que dá nome ao disco fecha o CD. Composta por Adalberto Rabelo Filho, do Numismata, ela tem versos como "Para acabar com toda falta de alegria/ Inocular uma nova epidemia". Palavras que falam de seu atual momento, como ela explica, brincando com a capa em preto-e-branco do disco.
- O disco é colorido. Essa garotada me fez voltar às cores, depois de um período mais cinza - diz, referindo-se ao tempo em que ficou sem gravar.
Diferentemente do cachorro da canção, a cantora no fim da história não vira sabão. O destino de ser confete e serpentina lhe é mais justo e coerente."


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7 comentários:

Anônimo disse...

A conheci no Festival Universitário na tv Tupi em que ela também
participou e nunca mais a vi.
Parece ser boa gente......sabes quando nos visitará?
Abraços!
Roberto

figbatera disse...

Morando atualmente em São Paulo, ela vem pouco mas regularmente à cidade - afinal aqui ainda moram sua mãe e irmãos - mas fica pouco tempo e só visita mesmo os parentes.
Eu tb quase não a vejo; a mãe dela, D.Mindinha, é que me dá notícias.
Ela está sem gravar e fora da "mídia" há algum tempo, mas ainda faz muitos shows pelo interior do país.

Ricardo Soares disse...

curti seu blog... adoro batera... volte sempre e seja bem vindo...
abs

figbatera disse...

Valeu, Ricardo; sua visita tb é sempre bem-vinda aqui.

John Lester disse...

Olney, já lhe enviei o player. Qualquer dúvida, entre em contato.

JL.

Tatiana disse...

eu sempre me identifiquei muito com ela, como cantora. sempre! adoro !

A n d r e a disse...

Mari Alcina esteve aqui em Udi e participou do Escombro, um programa da Rádio Universitária. Não deu pra ir, mas uma amiga foi e tirou uma foto tão linda com ela toda de boir!!!Ela sempre foi irreverente e dona de uma voz possante.